No mês de junho o indicador regional de inadimplência do consumidor calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) registrou crescimento na quantidade de consumidores com contas atrasadas em todas as regiões brasileiras. Os Estados que compõem a região Centro-Oeste apresentaram a maior variação (5,75%) e acima da média nacional (4,52%), se comparada com o mesmo mês do ano passado. As regiões Nordeste (4,22%), Sudeste (3,42%), Norte (3,23%) e Sul (2,61%) completam a lista em ordem decrescente.
Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o crescimento da quantidade de pessoas negativadas observado de forma generalizada em todas as regiões do país reflete a piora do cenário macroeconômico nos últimos meses. “A pressão exercida pela inflação em níveis elevados e combinada com o aumento dos índices de desemprego têm impactado na capacidade dos brasileiros honrarem seus compromissos financeiros em dia”, explica a economista.
Na passagem de maio para junho, sem ajuste sazonal, três regiões apresentaram queda na quantidade de brasileiros devedores: Norte (-1,08%), Sul (-1,05%) e Sudeste (-0,27%). O Nordeste e o Centro-Oeste apresentaram crescimento de 1,00% e 0,66%, respectivamente.
Sudeste concentra mais inadimplentes
Segundo o indicador, a região Sudeste, que responde pela maior parte do PIB brasileiro é quem detém a maior fatia do número total de inadimplentes no país: 39,85%. “Isso significa dizer que em cada dez brasileiros com alguma conta pendente, quatro residem nos Estados da região Sudeste”, afirma a economista do SPC Brasil. Em seguida surgem as regiões Nordeste (26,21%), Sul (12,82%), Norte (8,74%) e Centro-Oeste (7,84%) no ranking de participação.
Dívidas por setor
Na comparação com junho do ano passado, o segmento de Água e Luz foi o setor que apresentou as variações mais acentuadas de dividas em atraso em três das cinco regiões avaliadas pelo SPC Brasil: Centro-Oeste (76,14%), Sudeste (23,38%) e Nordeste (11,83%).
“Há vários meses temos observado consecutivos aumentos na quantidade de atrasos com contas do segmento de serviços básicos para o funcionamento das residências. Isso pode ser parcialmente explicado pelo fato de que mais companhias de água e luz passaram a utilizar a negativação de CPFs como forma de recuperar pendências financeiras de seus consumidores antes de realizam o corte no fornecimento do serviço”, analisa Marcela.