Inadimplência, spread e taxa de juros no segmento de recursos livres (que não precisam ser destinados a créditos específicos, como casa própria) aumentaram em janeiro em relação a dezembro em meio ao ciclo de aperto monetário no Brasil e num cenário marcado pelo baixo crescimento do estoque total de crédito no primeiro mês do ano.
De acordo com dados apresentados pelo Banco Central nesta quinta-feira, a inadimplência no mercado de crédito brasileiro no segmento de recursos livres ficou em 4,8% em janeiro, maior em relação a dezembro, quando havia ficado em 4,7%.
Considerando os recursos totais no mercado de crédito, incluindo também os recursos direcionados (aqueles que têm que ser destinados a créditos específicos), a inadimplência ficou em 3% em janeiro, estável frente a dezembro e o menor patamar da série, iniciada em 2011.
No período, o spread bancário (a diferença entre a taxa de juros que os bancos pagam ao captar recursos e a que cobram ao emprestar) no segmento de recursos livres ficou em 18,9 pontos percentuais, acima dos 17,5 pontos percentuais vistos em dezembro.
No crédito total, o spread ficou em 11,8 pontos percentuais, acima dos 11,1 pontos percentuais verificados em dezembro.
Taxas de juros
Ainda nos dados apresentados nesta quinta-feira, a taxa média de juros no segmento de recursos livres fechou janeiro em 30,7% ao ano, superior aos 29% em dezembro. No crédito total, os juros ficaram em 20,7% no mês passado, maior que os 19,7% apurados no mês anterior.
Estoque e concessão de crédito
O BC informou ainda que o estoque total de crédito no Brasil subiu 0,1% em janeiro ante dezembro, chegando a R$ 2,717 trilhões, ou 56,1% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em janeiro, as concessões de crédito no segmento de recursos livres apresentaram recuo de 14,6% na comparação mensal.
Alta da Selic
Os indicadores de crédito seguem influenciados pela alta dos juros básicos, iniciada pelo BC em abril do ano passado para controlar a escalada da inflação.
Em mais uma etapa desse aperto monetário, na quarta-feira o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou em 0,25 ponto percentual a Selic, a 10,75%, desacelerando o ritmo de alta dos juros básicos.
Fonte: Reuters